top of page

Shirley Saleh - 23/08/2011


Desde que comecei a fazer o acompanhamento com a Cidinha, muita coisa mudou na minha vida. Como eu estava numa busca desvairada de acertar as coisas há tantos anos eu não me dei conta do que estava mudando, no momento em que estava mudando, porque eu tinha muita pressa de que as coisas se acertassem muito rapidamente. Na verdade os acontecimentos seguiram seu ritmo e como nada acontece antes do momento, acredito que aconteceram na hora certa.


Já na primeira sessão a Cidinha me pediu intuitivamente para montar minha família com bonequinhos e eu lhe expliquei: vai ver que você está fazendo isto porque eu sou adotada. A partir desses primeiros momentos de consulta um clarão já se abriu.


Todo o tratamento então voltou-se para o que este fato, a adoção, poderia acarretar na minha vida. Começamos as sessões de calatonia em agosto e a Cidinha já foi me preparando para a minha primeira constelação.


Eu a procurei porque sou portadora de uma ataxia degenerativa, ataxia espinocerebelar tipo 3, doença de Machado Joseph, que apresentou até agora alguns sinais, mas muito poucos. Uma doença que pode trazer total dependência dos outros, incapacidades como de andar, enxergar, falar e se coordenar.


“Esta doença não é sua, você não precisa desenvolvê-la.Apenas a devolva.”


Com esta orientação e as sessões de calatonia para ativarem a função do meu cerebelo e a preparação para a constelação continuou a ser realizada.


Maria José, a pessoa que me concebeu, me carregou nove meses na barriga e me trouxe ao mundo, segundo a Cidinha, precisava ser integrada à minha vida. E foi o que eu fiz através da constelação familiar em outubro de 2010. Eu nunca havia participado de uma constelação, gostei muito das explicações iniciais, fiz um papel na constelação anterior à minha e chegou a minha vez. Escolhi uma pessoa para ser minha mãe adotiva e uma para ser minha de uma mãe que foi obrigada a dar a filha de 12 anos , ficando só com seu irmão gêmeo .Assim , representando a mãe biológica pude senti-la e olhá-la de frente. Na minha constelação , a minha mãe biológica Inicialmente ela não queria encarar a minha representante e sentia-se mal. Houve outras situações durante a sessão toda, mas a principal foi que a pessoa que me representou disse que sentia-se presa numa caixa bem apertada. Depois que meu pai biológico apareceu ela ficou melhor e depois que posicionei meus pais adotivos atrás de mim senti que podia encará-la, ela ficou muito feliz de me ver sendo acolhida e amada e também se posicionou atrás de mim e a pessoa que me representava sentiu uma força do joelho para baixo como se estivesse enraizando. Tomei meu lugar como a pequena e ela como a grande. Senti-me bem, abracei a todos, um por um, muito emocionada.


Eu preparei uma foto minha com a foto das minhas três filhas abaixo de mim e acima na direita minha mãe biológica e acima à esquerda minha mãe adotiva. Coloquei uma cópia na carteira e uma na sala de casa.


Em nossas conversas eu falava para a Cidinha que sentia muita pena da minha mãe adotiva que era desprezada pelo meu pai e dele eu tinha raiva. Era como se eu me portasse como uma advogada da minha mãe diante do meu pai e segundo ela o lugar de filha não é o lugar de advogada, uma filha deve ser filha, só isso, não deve se colocar entre os pais nem tomar partido de nenhum deles.


As semanas prosseguiram mas eu continuava me sentindo mal no meu casamento, um tanto oprimida e triste. Foi aí que fiz minha segunda constelação, em novembro de 2010. Como na outra constelação, aconteceram outras situações que não vou citar, mas o principal é que como parecia que todas as portas estavam fechadas diante de mim escolhi uma pessoa para representar a porta que depois se identificou como um personagem masculino e precisava de apoio dos seus lados, duas personagens femininas. Eles foram então identificados como meu pai e minhas duas mães. Eu me sentia bem com a adotiva, mas somente depois que tomei meu lugar de filha, pequena, diante da minha mãe biológica, a grande, e passei a sentir paz diante da sua presença é que meu pai, a porta, perdeu a rigidez e se abriu. Nós nos abraçamos e recebi o Rogerio para seguirmos a nossa vida com as meninas.


Com o passar das semanas meu casamento começou melhorar. Realmente eu sinto que mudou a minha relação com o meu marido. Eu parei de tratá-lo como o pai que eu queria e precisava ter , e ele parou de me criticar e me castigar. Ele parou de pegar no meu pé e tornou-se o que deveria ter sido sempre, meu marido. Mas a melhora não parou por aí. Em agosto de 2011 ele participou de um treinamento de 9 dias chamado avatar em que fez exercícios buscando a expansão da sua consciência, a destruição de crenças que prejudicavam seu desenvolvimento pessoal e que permitiram aumentar sua tolerância pelos outros. Então ele que já estava mais tolerante em relação a mim tornou-se uma pessoa compreensiva e amorosa.


Este marido amável eu busquei por muitos anos e acredito que o atraí, mas só permiti que ele se concretizasse quando aceitei meu pai como o que ele é realmente: meu pai.


Eu também busquei por muitos anos resolver o que trazia para mim a sensação constante de fracasso, eu procurava a razão que me fazia tentar ter um trabalho e não conseguir, tentar ganhar meu dinheiro e ser incapaz. Eu trabalhava mas não conseguia ganhar dinheiro! Como já falei, fiz a constelação em que incluí a minha mãe biológica em 2010. No início de 2011 senti o desejo de me consultar com uma psicóloga. E foi ela quem me abriu mais uma possibilidade: tratar da minha criança interior, pois quando eu era bebê, pelo fato de ser doada e passar de mão em mão num período tão significativo da minha vida, isso havia deixado marcas que finalmente eu iria tratar. E então fiz o tratamento em que diariamente eu acolhia, abraçava e beijava minha criança interior, para ela não se sentir mais rejeitada.


E depois deste tratamento ainda senti vontade de procurar uma pessoa que trabalha com energia e fui fazer uma limpeza e alinhamento dos chakras. Com exercícios para desfazer o que me atrapalhava e para trocar somente por coisas positivas.


Eu acredito que este rumo que minha vida tomou se deve ao caminho aberto pela realização das constelações. Hoje, passado um ano que iniciei este processo, com a realização semanal de calatonia e as duas constelações posso afirmar que minha ataxia não progrediu, emocionalmente estou mais equilibrada e estou rodeada de pessoas maravilhosas que tem me ajudado na busca da minha melhora. Percebo que ainda estou no caminho. Tenho muito o que consertar e ainda não conquistei o meu objetivo inicial que é sentir-me equilibrada e em paz e ter um trabalho também equilibrado e rentável, mas minha ataxia continua estacionada, o que é um resultado pra comemorar!! Sinto que já dei muitos passos na direção do equilíbrio que é o que eu tanto procuro e curiosamente a doença física que eu trago nos meus genes também se relaciona ao equilíbrio...

bottom of page