Gaby Figueroa - 07/10/2016

Minha querida Cidinha, minha maravilhosa guia. Nunca poderá imaginar a quantidade de vezes que você vem a minha cabeça, a meus pensamentos. Faz pouco mais de um ano que saí de São Paulo, de Brasil. Tenho crescido tanto neste último ano... que não poderia imaginar, ou ....sim. Gilles foi a viver a Lille, França, e eu a Madri com meus filhos. Ele vinha, em um princípio, os fins de semana. Três fins de semana a cada mês. Ao cabo dos meses, tantas viagens, 2 casas, muitas despesas... Converteram-se em um fim de semana a cada 15 dias. Foi duro, mas fiz-me mais forte ainda. Voltei-me a redescobrir-me. Lutei por meus filhos, apostei por meu.
Criei uma pequena marca de colares feitos por mim e comecei um pequeno negócio, muito pequeno. Mas provocou em meu as vontades de seguir crescendo e seguir mostrando o que sou capaz de fazer com minhas mãos. Cresci como pessoa, soube me separar do negativo de minha vida, aprender aceitar o maravilhoso que me deu. Minha fortaleza e integridade são parte dela. Após muitos anos sem ver a minha família, vieram todos a me ver. Todos estiveram em minha casa. Quase 6 anos depois. Primeiro minha irmã pequena, quebrada pelo dor e tentando superar um drama em sua vida. Ela sempre foi alegre e feliz, mas débil dantes os acontecimentos duros. Consegui começar a ajudar-lhe, conversas, carta do merecimiento. Neste ano tem dado uma mudança enorme. Inacreditável! Esta forte, decidida e capaz de mudar o que não gosta. É um prazer vê-la. Passou todo o verão comigo. Meus filhos e Gilles adoram-na. Depois vieram meus pais, chegaram com cautela. Recebi-os com um abraço enorme e tentando mostrar-me, quiçá pela primeira vez, como sou eu. Minha mãe estava tão feliz, tão orgulhosa de mim. Dizia que a meu lado se vivia em paz, que não queria ser marchado de volta, que gostava de estar a meu lado. Que era uma tranquilidade para ela saber que quando ela falte, estarei eu para proteger a minhas irmãs. Depois veio minha irmã média, com seu marido e seus 2 filhas. Ela é meu referente, cresci a protegendo. Minhas lembranças de infância é ela. Ela e eu contra o mundo. Ela e eu até que nos resgataram com 7 anos, a adoro. Encontrei-me uma mulher, que segue sendo boa, mas ensimismada em suas filhas e em seu mundo... Não existe nada mais. Ainda que eu sei que em fundo, segue meu Graciela. Depois de 10 meses de luta em solitário, decidi uma mudança. Daniel não se adaptou ao colégio, sofreu o assédio de vários meninos. Chloé agarrou-se a mim, triste pela lonjura de seu pai. Gilles afundou-se pela distância, e pela luta de tentar encontrar trabalho em Espanha para voltar a estar todos juntos... Mais... Demorava... De modo que decidi tomar a decisão de reunir-nos de novo. A vida tinha-nos dado um incrível ensino e estava muito agradecida por elas. Cresci, madurei, crê com minhas mãos, fiz boas amizades e fortaleci outras. Me reencontré com minha família. Voltei a crer em mim, após um tempo com dúvidas... Espiritualmente, desenvolveu-se instintos, sonhos, percepções. Resulta-me fácil ver à gente, ler seus olhos, seus gestos. Vejo seus sofrimentos e suas necessidades. E o mais curioso é que a gente me procura, procura o contato comigo. Não se pode imaginar, minha querida Cidinha, à quantidade de gente à que lhe falo de você. À quantidade de pessoas às que lhe traduzi ao espanhol "A carta do merecimiento". Está muito presente a minha vida. Hoje e sempre. Com você me descobri, deixei de me sentir estranha em minha mente, com você comecei a ver, dentro e fora. Quero você muito Cidinha, é uma boa mãe para mim, uma grande mestre. Pois 10 meses depois, chame a Gilles e disse-lhe que me ia a Lille com os meninos. Que não podíamos seguir vivendo separados, que o tínhamos precisado para crescer como pessoas individuais, mas já era suficiente. Cheguei com meus filhos o 1 de Setembro. Só posso dizer você que estou no lugar adequado. Que estou cheia de paz, segura de minhas decisões e feliz da vida que vivi, que vivo e pela que lutarei por viver. Ainda que meu instinto diga que devemos nos ir do França quando terminemos de nos acoplar como família. Meus filhos estão felizes, tem amigos, projetos e alegria por viver. Gilles chega a cada tarde de trabalhar com um sorriso enorme, pleno, e dizendo-nos todo o que nos ama. Eu, como pessoa devo reforçar minha constancia e a segurança em minha, fora de ser mamãe, esposa e amiga, em pequenas coisas, mas a perfección não existe!! Prometer você, com a mão no coração que escreverei você para contar você coisas. Que sigo lendo sobre Calatonia, revisão os aponte, mas não o tomo às presas, porque creio em isso. Que penso em você e em seus ensinos. Que lhe escrevo com a mente a diário. Que sigo aqui. Eu ainda estou aqui. Um beijo enorme e um abraço ainda maior Gaby